Procura-se um sentimento por aí, digo, um estado, acho. É melhor dar a descrição correta caso o achem e queiram devolvê-lo. Só peço porque estou a precisar e caso contrário não pediria. Já busquei em vários locais, inclusive no fim do arco-íris que foi onde me disseram tê-lo visto pela última vez. Pois bem, ou mentiram, ou ele já tinha se ido. No caminho lembrei do que dizem por aí, que o sentimento, ou estado, está dentro de nós mesmos, que é inerente, assim, tão perto mesmo. Mas já não acredito, porque já me rasguei, dilacerei, me contorci, invadi e nada achei. Pensei que talvez tivessem extirpado isso de mim sem que tivesse notado, mas acho que teria percebido.
Lembro que procurava outras coisas antes, mas acho que agora descobri de verdade o que perdi, ou escondi, ou deixei de ver. Por vezes queria sumir e desconhecer até mesmo o destino e por outras só queria menos. Na verdade, a impressão que dá é que eu procuro mais, porque nunca me deixo quieta, nunca me deixo em paz.
Nesse caminho todo encontrei várias outras coisas que não buscava, mas que se adsorveram à minha pele sem que eu pedisse, de algumas não consigo me livrar nunca, outras perdi pelo caminho, sem querer perder, mas não tive escolha. Tantas outras se fincaram e não se permitiram arrancar, permaneceram contra a minha vontade.
A quê me presto. O quê presto. Pra quê presto. Eu não presto.