de uso diário: O homem e o piche

de uso diário

Eu descreveria se pudesse.

terça-feira, agosto 15

O homem e o piche

Estão recapeando a BR 101, talvez vocês já saibam disso. Mas o que vocês não sabem é que Natal gira em torno da BR 101, bem como toda a Grande Natal, portanto, se a estrada está parada, interditada ou qualquer coisa do gênero, acontecem coisas que não estavam programadas na vida dos cidadãos comuns e de bem que utilizam o transporte público como meio de locomoção.
A história que venho contar aqui é muito triste, perturbadora na verdade. Vocês vão rir, chorar, e quando acabarem serão novos homens e novas mulheres. Essa é uma história de aventura, amor, ódio e de um colecionismo sem fim.
Estrelando: Gilmar Bedaque

O próprio Gilmar relatou os fatos pra mim numa mesa de praça de alimentação de um shopping, ele ainda muito abalado, repetia: "Eu não tive culpa, Claire. Quando vi já estava lá...". Foi assim que começou o a contar a história mais desesperadora da sua vida. O jovem Gilmar voltava tranqüilamente de mais uma manhã de aulas, saíra de casa às 6h da manhã e retornara agora, 12h. Como ele próprio diz "Estava cansado, com fome, e com vontade de fazer xixi..."; resolveu pegar um ônibus de uma empresa que não era a que utilizava todo dia, mas nas condições de cansaço em que estava, fez a escolha e subiu no ônibus que fazia sua rota pela BR 101, o veículo estava praticamente vazio, a não ser por um estudante secundarista que dormia no último banco. Gilmar sentou-se e o ônibus seguiu seu caminho. Quando menos espera, o veículo começa a frear, e Gilmar não entende o porquê, não haviam chegado ainda, por que pararam? Quando ele olha pelo pára-brisa vê uma infinidade de cones à sua frente - "parecia um mar de cones, Claire". E não era tudo, além dos cones havia dezenas de militares fardados trabalhando no recapeamento da estrada. Ainda abalado, e sem saber o que fazer, nosso herói vira-se e pergunta ao cobrador: - "Moço, vocês vão em frente, né?". Nisso o cobrador responde: - "Sim, nós vamos" ***Abre parênteses*** Sim, ele tem noção que a pergunta foi cretina, mas vejam como a resposta do cobrador foi mais cretina ainda. *** Fecha parênteses***. O Gilmar se viu perdido naquela situação, parado no meio da BR e consideravelmente longe de casa, e como de costume nas situações em que se vê perdido, o Gilmar deu sinal e desceu do ônibus. Quando desceu, parecia preso num tipo de areia movediça e... Sim, ele havia pisado no piche, pior, ele estava preso no piche, foi um momento de desepero e tensão, foi preciso a ajuda de 3 soldados para tirá-lo de lá. Por fim ele se libertou, aliviado, porém com os tênis sujos, continuou sua caminhada, tentando limpar os pisantes na grama. Não adiantou, tudo o que ele conseguiu foi um par de sapatos sujos de piche e com gramíneas grudadas a este.

Esta é a história que eu queria contar pra vocês, do meu amigo Gilmar, que ainda se recupera destes acontecimentos passados num segunda-feira aparentemente normal.
Ocorreram outros fatos tão perturbadores quanto estes mais tarde, mas resolvi poupá-los disto.

4 Falaram que:

Blogger Clarissa Felipe disse assim...

Deixando bem claro que postei isso aqui sem qualquer autorização do Gilmar, mas se ele pedir eu tiro... Mas tem que pedir com jeitinho...rs

terça-feira, agosto 15, 2006  
Blogger Don Silva disse assim...

esse ai tem sorte ...
coisas assim acontecem
bastante por aqui ...
já fui assaltado em
um onibus que entrei
pois o motorista
esqueceu de mudar a placa
de itinerário ...
então em vez de ir pra casa
acabei na boca do morrão ...

terça-feira, agosto 15, 2006  
Anonymous Anônimo disse assim...

hahahahahahahahahaha coitado do Gilmar.....

mas todo o mundo acorda um dia com o pe izquerdo...ou com o seu amigo com os dois...hahahahaha

muito bom a historia!!!!!!!!!!!!

besotes

terça-feira, agosto 15, 2006  
Blogger Depressed for a while disse assim...

Boa história! (De se contar, apenas... rs)
Espero que pelo menos tenha final feliz.. heheh
Boa semana!

terça-feira, agosto 15, 2006  

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