sobre aquela outra

Não, não, não. Não precisa se exaltar, eu bem admito sozinha. É sim, falei que sim, então é verdade. Mas nem sempre é verdade, o discernimento não cabe a mim. Eu sou somente um títere na mão de sabe-se lá quem, e não me responsabilizo por minhas ações caso elas possam te ofender, caso contrário, fui eu mesma.
Não, não, não. Eu não ligo, eu te desrespeito, e sou incoerente, mas todos gostam de mim, não é? Diz que todos gostam de mim, por favor. Eu pareço ser inteligente, não é? Fala que sim, eu preciso disso. Vai! Diz! Não vai dizer?! Não gosto mais de você!
Sim, sim, sim. Eu tenho 75% de inteligência acadêmica, e 2% de inteligência de bom senso. Sim, sim. Essa sou eu. Eu não me importo, a não ser que precise de você mais tarde. Mas sempre que precisar de você, vou te ligar, e te pedir por favor. Você ainda vai me fazer o favor, não é? Ainda vai me amar, não?! Não?! Eu não preciso de você! Te tratarei mal e não considerarei a tua pessoa enquanto luto pra chamar atenção pelos meus caprichos. E tenho muitos caprichos. E preciso chamar atenção. Por isso a fantasia.
Não, não, não. Eu não vou crescer, não vou respeitar, não vou aprender a ouvir ou a tratar bem as pessoas que nem sempre têm algo a me oferecer. E todos têm que me amar. Porque sem eles não sou ninguém, e eles não pode me deixar. Nunca.
Sim, sim. Seguidores eu sempre terei, não importa o porquê, só importa que eles me seguem. Não importa se eles o fazem por estarem tão ou mais perdidos, ou por não levantarem a cabeça e verem algo melhor. Sempre haverá um idiota. E eu também os sigo, eu os consumo, e eles nem mesmo o percebem, e nem vão. Encantados pelas luzes.
É assim que eu vou viver, e deixarei alguns no caminho. Aqueles que não se enganam mais, não voltarão, ou me olharão. Recrutarei novos, e estes me idolatrarão até perceberem a máscara, a farsa. Sozinha eu não ficarei, mas o que importa, se quem se importava já foi?