de uso diário: E a verdade nunca foi descoberta....

de uso diário

Eu descreveria se pudesse.

sábado, setembro 23

E a verdade nunca foi descoberta....

E ela nunca sabia se era ela ou outra pessoa. E isso acontece com atrizes, não boas atrizes, mas atrizes, aquelas que o são por paixão, mas deveriam questionar essa escolha. Ela seguia, sem saber se deveria seguir ou parar e esperar. Porque em seu último papel, que foi de uma prostituta (no qual mostrou enorme desenvoltura, e ninguém nunca entendeu o porquê), ela sempre ia. Mas em outro, onde era uma aristocrata submissa ao marido (como todas as aristocratas são e devem ser), ela nunca ia, esperava. E agora ela se perdia entre os dois supostos extremos. Não porque era difícil se achar (afinal, era só abrir a bolsa e olha a identidade), mas porque não queria. Dava um vazio tão grande por dentro quando via quem ela era, sem máscaras e figurinos, sem alguém dizendo quem ela deveria ser, ou instruções do que deveria falar. Era tão difícil, tão complicado. Não porque era uma boa atriz, mas porque o era por não suportar ser ela mesma.
Ia do teatro pro bar, do bar pro teatro e pra casa. Esse caminho ela conhecia bem. O lugar onde mais gostava de estar na verdade, era no alto da torre da Igreja, onde observava o vento. Vejam só, o vento. Como se observa o vento? Bem, eu não sei, mas ela sabia. E de fato o fazia, mesmo sem entender o porquê. Na verdade ela não se perguntava o porquê de muitas coisas, apesar de dever, e apesar de sempre parecer tão pensativa.
E assim seguia, sem nem saber, mas continuava seguindo, porque é fácil. Na verdade seguir é fácil. O difícil é olhar pro caminho onde se segue. Foi até onde dava. E por uma interrupção qualquer, se viu jogada por aí e literalmente jogada. Perdida no caminho que não era, nem nunca seria de tijolos amarelos.
E num dia qualquer de setembro não apareceu mais no teatro, ou no bar, ou em casa. Sumiu no vento. E ninguém nunca mais soube...


Clarissa tem problemas e ela não se orgulha disso.

9 Falaram que:

Anonymous Anônimo disse assim...

muito bonito mesmo!
vc escreve muito bem =D

domingo, setembro 24, 2006  
Blogger Uma mulher disse assim...

Nossa, vc quem escreve? Perfeito!às vezes fazemos tantas escolhas no fim nem era aquilo, o q nos satisfazia,no fundo era a intensa busca de si o q incomodava e trazia vontade de parar,era cansaço talvez...
Um beijo bom domingo!

domingo, setembro 24, 2006  
Anonymous Anônimo disse assim...

tou um pouco assombrado.
identifiquei-me demais com essa história.
se eu não voltar mais aqui, já sabem por que foi..


P.S.: onde é que tá o meu nome neste blogue pra ser encontrado pelo google??

domingo, setembro 24, 2006  
Blogger Sara disse assim...

Clarissa é tão confusa..
Pq Clarissa não se permite entender?

beijos

segunda-feira, setembro 25, 2006  
Blogger Clarissa Felipe disse assim...

O.o
Porque eu não quero!
Tô pagando!
Oras...

segunda-feira, setembro 25, 2006  
Anonymous Anônimo disse assim...

eu fico assim as vezes ...
daqui a pouco passa ...

segunda-feira, setembro 25, 2006  
Anonymous Anônimo disse assim...

Mas quem não tem problemas?
Esses sim têm problemas.
Confusa? Muito...

segunda-feira, setembro 25, 2006  
Blogger Clarissa Felipe disse assim...

Alguém entendeu que era ficção?

terça-feira, setembro 26, 2006  
Anonymous Anônimo disse assim...

*levantando a mão agitadamente, com um sorriso infantil de quem agora tem certeza da resposta, porque só então percebeu o que foi perguntado*

terça-feira, setembro 26, 2006  

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